Watchmen Ultimate Edition
Há vários tempos que me ando a referir a este maravilhoso filme, tenho postado cenas memoráveis, o trailer genial e falado imensamente bem de Rorschach.
Pois agora chega a minha vez de fazer a crítica ao filme, não à theatrical edition, não à director’s cut mas à Ultima Cut. A história (ainda) mais completa.
Num universo alternativo, nos EUA em 1985 no ataque iminente da URSS ao Afeganistão, um grupo de heróis aposentados irão ganhar novamente vida após um deles ter sido assassinado e enquanto Dr.Manhattan (Billy Crudup) alia-se a Ozzymandias (Matthew Goode) a fim de resolverem o problema dos combustíveis fósseis e arriscam a sua posição de super-heróis, Rorschach (Jackie Earl Haley), o único “vigia” que continuava activo após a lei que proibía haver vigias, investiga a morte de um dos seus e suspeita que alguém armou uma cilada a fim de afastar os heróis da guerra. Mas quem vigia os super-heróis?
Watchmen é uma obra-prima. Do início ao fim. Desde a cena espectacular que abre o filme com os fantásticos slow motions que Zack Snyder nos tem habituado (momento descrito no poster), e logo a seguir, um dos melhores opening credits de sempre ao som de Bob Dylan.
Começa assim uma viagem atribulada pelos confins de Nova Iorque, enquanto isso, o filme subdivide-se nas várias histórias dos super-heróis e os constantes flashbacks da sua vida. É aí que somos confrontados com a história do Dr.Manhattan que se torna um ser azul que entende tudo existente no mundo excepto as pessoas, conhecemos Ozzymandias, o homem mais inteligente do mundo, que revelou a sua identidade e tenta parar o consumo esporádico dos combustíveis fósseis. Depois, apresenta-nos Silk Spectre II (Malin Akerman) e Nite Owl II (Patrick Wilson) que até àquela data permaneciam escondidos e, finalmente, em último mas não menos importante, aliás, a grande personagem de Watchmen e uma das mais recordadas para sempre – Rorschach. Um homem que diz que a sua máscara é a sua verdadeira identidade.
Rorschach é na Ultima Cut aprofundado, enquanto noutras personagens sente-se, por vezes, um vazio, Rorschach e a linha narrativa de Jackie Earl Haley revelam-se excelentes, perfeitas, sublimes e para serem recordadas. Todas as interpretações são geniais mas apenas Haley chega ao perfeito e empata com o espantoso Joker do falecido Heath Ledger.
A realização de Zack Snyder é arrojada, interventiva e genial, (quem não gosta dos slow motions de Snyder?)acompanhada por um mise en scéne espantoso , efeitos especiais fabulosos,com uma banda sonora arrepiante e, indubitavelmente, a melhor do ano. A juntar-se a Bob Dylan já falado, acrescenta-se Jimi Hendrix, Simon and Garfunkel (que protagoniza um dos momentos mais tocantes do filme), Nat king cole, Leonard Cohen, Janis Joplin e por aí adiante…
Mas as palavras são pobres para descrever Watchmen. Watchmen é uma pérola cinematográfica e uma das mais fiéis à BD e que ficará na memória de todos, assim, Watchmen deslumbra do início e surpreende no fim,ah, e toca-nos no meio, talvez devido à sua forma não típica de como aborda os super-heróis em vez de os abordar no seu auge observa-os na sua decadência.Assim, Watchmen foi um dos filmes do qual tirei mais interesse, vontade e esperança de um dia vingar no mundo cinematográfico!
A Frase: “Rorschach's Journal. October 12th, 1985: Dog carcass in alley this morning, tire tread on burst stomach. This city is afraid of me. I have seen its true face. The streets are extended gutters and the gutters are full of blood and when the drains finally scab over, all the vermin will drown. The accumulated filth of all their sex and murder will foam up about their waists and all the whores and politicians will look up and shout "Save us!"... and I'll whisper "no."
P.S. – Amanhã crítica à história d’O Cargueiro Morto.