Rui, "Ainda para mais, por ser português", estas palavras são um pouco a reflexão de grande parte dos espectadores portugueses perante o Cinema Português porque o este último para arrecadar o nome precisa de uma oportunidade da nossa parte, por isso, quando dermos mais atenção ao Cinema Português, talvez haja mais apoios e, consequentemente, mais qualidade.
Jackie Brown, embora o tenhamos em fraca quantidade para que se possa assumir com significância, temos excelente cinema. Nos circuitos mais independentes (os que, muito claramente, não visitas e te cinges aos mais industriais), é certo, mas existem obras realizadas em Portugal e por gente lusitana com uma qualidade inegável. Só é pena que gente como tu reconheça o cinema português como aquele comercial sem qualquer conteúdo (sim, os já mistificados palavrões, as cenas sexuais e por aí), mas este não se fica por aí.
Marcelo e Rui, ambos não nutrem nenhum apreço por este filme, contudo, o Marcelo tem razão no que toca à qualidade do cinema português que pode não se afirmar por não mainstream e não aquele estereótipo de palavrões e cenas sexuais como dita em maior parte das obras cinematográficas portuguesas. Fim desta discussão.
Com certeza que terás a tua razão, e confesso-me com pouco conhecimento do cinema português. Ainda assim, certamente concordarás que a facção do Cinema português que merece ser vista, aquela que foge às tão malfadadas características já referidas (por exemplo, o Arena ou o Alice que me nutrem imensa curiosidade) é diminuta, quando comparada com os escarros com que os portugueses vibram (Ex: O Crime do Padre Amaro"). Este projecto, parece-me um exemplo destes últimos.
Abraço
P.S.- Marcelo, independentemente de teres a tua razão, que até tens, essa tua intervenção não foge, como seria de esperar, ao teu infeliz registo típico.
Ainda assim, e no intuito de não "discutir" a pedido do autor deste espaço, apenas te peço que não mais te dirigas a mim directamente, já que não tenho nenhum interesse em debater contigo qualquer assunto(aliás, se não fosse o meu "nome" no teu comentário, este tinha-me passado despercebido. O que só me benefeciava. Obrigado
Parai lá com esses ataques que não levam a lado nenhum.
Na minha maneira de ver o Cinema português tem sim de ser bastante diversificado e com produção aliciante para vários tipos de "clientes". Mas não passa só pelo cinema a revolução nacional. Ela tem de passar pelas escolas e formação primeiro e depois dominar o espaço televisivo -o ponto de contacto mais importante A existência de uma nova e real diversidade de produção portuguesa televisiva (novelas, séries, mini-séries, telefilmes, sitcoms, etc) têm de estar presentes na vida dos portugueses de modo a que nos habituemos a aceitar de outra forma a nossa fala, imagem e estilo. Obviamente que com, criatividade, frescura nos temas, execução adequada, e a crescente qualidade, ajudará a que se olhe para um filme nacional e não se pense nele traumatizadamente como uma variante de uma novela (que ainda por cima usa a mesma nata de actores e actrizes). Depois temos de perder o medo de fazer cinema mainstream também. A produção de filmes nacionais pautou-se quase sempre por ser orientada para elites e nichos culturais, e por vezes de temática acentuadamente adulta demais. Temos de perceber o modelo americano, que é o mais apreciado por cá, que faz cinema para todos os públicos-Hollywood, indie, etc- e usar principios semelhantes.
Recentemente foram surgindo vários títulos de cinema mainstream... mas será que os críticos cinéfilos ajudaram? Sim, ajudaram a não cativara mais gente a vê-los no cinema ao considerarem quase tudo como porcaria. Os nossos filmes mainstream têm problemas sim... mas por serem os que estão a desbravar caminho. Por exemplo: "Call Girl", "Second Life", "Tudo a Roubar" e mais alguns, mas estes citados são no que pretendem demonstrar, bons filmes. Respectivamente o "Call..." é um thriller muito jeitoso, o "Second..." uma história bizarra contada a dois niveis com um "e se" e o "Roubar" é muito tarantinesco e sérieBpuro. São todos bem melhores do que como os pintaram... talvez o preconceito tuga não ajude a dar seuqer a oportunidade de os ver. Curiosamente a própria TV não passa com honras de bons horários (nobre ou a seguir). Se não fosse o TVCine, muitos deles nunca chegaria a poder por os olhos neles. Recentemente deliciei-me com o "Singularidades de uma rapariga loira", que é um filme austero visualmente, contado e falado em tom à moda antiga como está no livro de Eça de Queirós mas onde o Manuel de Oliveira teve a audácia de posicionar tudo de maneira contemporânea, situando a acção no nosso tempo provocando um choque que depois se torna o seu maior brilho. Não é um filme obra-prima mas há muito que não via um filme nacional onde fiquei fodido por ter terminado pois o filme pedia mais (ou até mesmo uma sequela). parece que ficou a meio (mas não pois é somente um conto de Eça). Portanto, o cinema nacional de autor, o cómico, o mainstream, os dramas-amorosos, etc...os nichos culturais e os de obsessão de autor (nunca mais me esquece o impacto que teve quando vi na RTP2 o "Fantasma", um sado-maso-gay brutal mas... fiz um esforço e vi todo - mas percebi que o Estado anda a pagar e financiar realizadores que querem apenas recriar as suas obsessões pessoais com o dinheiro de todos nós e fazendo filmes que não são para todos as faixas verem. É isto que o cinema nacional tem de repensar, se quer público tem de fazer cinema para todos e de todos os estilos.
(Acho que me perdi... sobre o que era mesmo o artigo?)
ArmPauloFerreira, primeiro, concordo contigo. O cinema português já foi pintado de certa forma que raramente sai dos seus paradigmas e raramente é uma lufada de ar fresco. Portugal tem de investir nos filmes "lufadas de ar fresco" porque, sinceramente, é isso e divulgação que faltam a maior parte dos filmes portugueses.
«nunca mais me esquece o impacto que teve quando vi na RTP2 o "Fantasma", um sado-maso-gay brutal mas... fiz um esforço e vi todo - mas percebi que o Estado anda a pagar e financiar realizadores que querem apenas recriar as suas obsessões pessoais com o dinheiro de todos nós e fazendo filmes que não são para todos as faixas verem. É isto que o cinema nacional tem de repensar, se quer público tem de fazer cinema para todos e de todos os estilos.»
É este o nosso cancro. Peço desculpa a intromissão indiscreta, a citação, mas foi inevitável. O cinema é uma linguagem plural, como qualquer outra forma de arte. Se querem fazer filmes à Hollywood (como este o é), que façam, que haverá gente a ver! Se querem fazer filmes que explorem as obsessões niilistas e íntimas do autor como é o caso d'O Fantasma, que façam, que haverá gente a ver! O que não consigo admitir é a imposição de um estilo. Por mais que possa apreciar uma ou outra forma de fazer cinema, penso que deve haver equilíbrio e oportunidade para que este consiga fluir. Percebem? É fazendo MAIS filmes (sejam bons, sejam maus, sejam independentes, sejam comerciais, sejam pseudo, sejam o que for!) que vamos a algum lado. Porque MAIS filmes implica MAIS público, começando, assim um novo círculo que deve começar a existir em Portugal. Portanto, por menos apreço que possa ver este Um Funeral à Chuva, orgulho-me de ver a projecção que conseguiu ir tendo e alegra-me saber que estamos no bom caminho de haver mais produção fílmica. Sejam comedidos, equilibrados, assim ocorre a (r)evolução cinematográfica em Portugal! (e abram os horizontes...)
Flávio, o cinema português precisa de alargar os horizontes de forma à audiência acompanhar essa mesmo evolução de forma a que mais filmes significa mais tentativas e, consequentemente, mais público.
@ Nekas: Já viste esta, nem sequer escreveste um texto sobre o assunto e as opiniões surgem na mesma. E olha que sem reparar deixei um mega comentário que ainda irá fazer fileira num artigo lá no meu espaço (assim não vale - o meu blog não ter este texto, que até saiu bem jeitoso mesmo com as pressas).
Sobre esse filme também tenho igual curiosidade em o ver. Ver como fizeram um filme indie e tuga. Um dia quando chegar a oportunidade... Espero a tua review ao filme deste Funeral á Chuva.
@ Flávio: tanto se falou de o Fantasma, que ao dar na RTP2 aqui há uns anos atrás o vi. É um bom filme, quase porn e gay, até demasiado perturbante na sua obsessão... e não é a minha onda. Prefiro muito mais, por exemplo, os filmes da Teresa Vila Verde, os magníficos Transe ou os Mutantes, que são na mesma dilacerantes narrativamente mas obras cinéfilas numa onda que mais aprecio. Espero ainda que das minhas palavras não ter dito nada ofensivo à comunidade gay.
E sim, também defendo claramente que deve de haver obras para todos e não se deve exagerar num único estilo de cinema unicamente para algumas elites como se tem visto da maioria dos filmes que são feitos por cá.
João, concordo em grande parte com o que eles dizem.
Paulo, tens todo o direito de usar o texto no teu blog. Quanto ao filme e à review, não sei quando terei oportunidade de o ver mas, com certeza, irei ver em breve.
Vou de encontro ao que aqui alguns já disseram, nomeadamente o Flávio, e de encontro ao que disse na minha crítica sobre o filme.
Não é brilhante. Tem personagens muito superficiais. Tem um final forçadíssimo.
No entanto, acho que tem o suficiente para se considerar uma obra interessante. Se isto fosse feito em Hollywood, dificilmente levaria isto a sério. Mas vejo várias diferenças entre a sua hipotética produção por lá e a sua efectiva produção por cá.
O argumento não é péssimo. Tem uma premissa interessante e, mais importante, consegue captar o interesse de uma fatia importante da população: os estudantes universitários. Fora o resto. Além disso, foi envolvido numa promoção que considero menos trash-pop do que aquela que envolve Call Girls e afins.
O nosso principal problema não é o talento, julgo eu. É a imagem que passamos ao público. Temos uma população naturalmente céptica em relação a tudo o que não seja futebol e, por isso, não lhes podemos impingir qualquer coisa só porque é abençoado na crítica ou porque cumpre requisitos de prestígio lá fora (até posso transportar isto para o desporto). Primeiro, temos de trazer as pessoas ao cinema, cativa-las. Mas não lhes podemos dar total lixo por três razões: 1) começam a não levar a sério; 2) torna-se cada vez mais difícil fazer a transição; 3) no final de contas; é sempre bom conseguir, ao mesmo tempo, alcançar o reconhecimento da crítica internacional (o que este filme não faz, é certo).
Achei que foi um bom passo a caminho do "meio termo". Não é o que o cinema português merece, mas é o que precisa.
Diogo, em tempos como este que o cinema português passa com mainstream forçado e muito explorado através dos paradigmas comuns (sexo, linguagem violenta), o que o cinema português merece são tentativas de novos produtos. Pode não ser o que merece mas é o que se precisa para incentivar novos projectos e novos filmes. Projectos como este, sem ajudas do estado, que prova que ainda há talento em Portugal, só temos de o encontrar.
19 comentários:
É português e não quero ver. Parece-me uma tentativa forçada de se assemelhar às massas de Hollwood.
Abraço
Marcelo, gostei do trocadilho mas, no entanto, não concordo.
Abraço
Temos de apoiar o nosso cinema.
Boa iniciativa.
Abraço.
http://vidadosmeusfilmes.blogspot.com/
Bruno, exactamente.
Abraço
Já vi o trailer e vi a entrevista do Górgia no Unas. Quero ver!
Não me diz nada. Ainda para mais, por ser português.
Temos de apoiar o nosso "Cinema", quando o nosso "Cinema" passar a ser Cinema.
Até lá..
Abraço ;)
Dora, eu também!
Rui, "Ainda para mais, por ser português", estas palavras são um pouco a reflexão de grande parte dos espectadores portugueses perante o Cinema Português porque o este último para arrecadar o nome precisa de uma oportunidade da nossa parte, por isso, quando dermos mais atenção ao Cinema Português, talvez haja mais apoios e, consequentemente, mais qualidade.
Abraços
Jackie Brown,
embora o tenhamos em fraca quantidade para que se possa assumir com significância, temos excelente cinema. Nos circuitos mais independentes (os que, muito claramente, não visitas e te cinges aos mais industriais), é certo, mas existem obras realizadas em Portugal e por gente lusitana com uma qualidade inegável. Só é pena que gente como tu reconheça o cinema português como aquele comercial sem qualquer conteúdo (sim, os já mistificados palavrões, as cenas sexuais e por aí), mas este não se fica por aí.
Marcelo e Rui, ambos não nutrem nenhum apreço por este filme, contudo, o Marcelo tem razão no que toca à qualidade do cinema português que pode não se afirmar por não mainstream e não aquele estereótipo de palavrões e cenas sexuais como dita em maior parte das obras cinematográficas portuguesas. Fim desta discussão.
Abraços
Com certeza que terás a tua razão, e confesso-me com pouco conhecimento do cinema português. Ainda assim, certamente concordarás que a facção do Cinema português que merece ser vista, aquela que foge às tão malfadadas características já referidas (por exemplo, o Arena ou o Alice que me nutrem imensa curiosidade) é diminuta, quando comparada com os escarros com que os portugueses vibram (Ex: O Crime do Padre Amaro").
Este projecto, parece-me um exemplo destes últimos.
Abraço
P.S.- Marcelo, independentemente de teres a tua razão, que até tens, essa tua intervenção não foge, como seria de esperar, ao teu infeliz registo típico.
Ainda assim, e no intuito de não "discutir" a pedido do autor deste espaço, apenas te peço que não mais te dirigas a mim directamente, já que não tenho nenhum interesse em debater contigo qualquer assunto(aliás, se não fosse o meu "nome" no teu comentário, este tinha-me passado despercebido. O que só me benefeciava.
Obrigado
Fim de discussão.
Só dizer que são mesmo escassos os filmes que fogem aos paradigmas portugueses dos palavrões, cenas sexuais, etc.
Fim da Discussão
(Obrigado pela compreensão)
Abraços
Parai lá com esses ataques que não levam a lado nenhum.
Na minha maneira de ver o Cinema português tem sim de ser bastante diversificado e com produção aliciante para vários tipos de "clientes". Mas não passa só pelo cinema a revolução nacional. Ela tem de passar pelas escolas e formação primeiro e depois dominar o espaço televisivo -o ponto de contacto mais importante
A existência de uma nova e real diversidade de produção portuguesa televisiva (novelas, séries, mini-séries, telefilmes, sitcoms, etc) têm de estar presentes na vida dos portugueses de modo a que nos habituemos a aceitar de outra forma a nossa fala, imagem e estilo.
Obviamente que com, criatividade, frescura nos temas, execução adequada, e a crescente qualidade, ajudará a que se olhe para um filme nacional e não se pense nele traumatizadamente como uma variante de uma novela (que ainda por cima usa a mesma nata de actores e actrizes). Depois temos de perder o medo de fazer cinema mainstream também. A produção de filmes nacionais pautou-se quase sempre por ser orientada para elites e nichos culturais, e por vezes de temática acentuadamente adulta demais.
Temos de perceber o modelo americano, que é o mais apreciado por cá, que faz cinema para todos os públicos-Hollywood, indie, etc- e usar principios semelhantes.
Recentemente foram surgindo vários títulos de cinema mainstream... mas será que os críticos cinéfilos ajudaram? Sim, ajudaram a não cativara mais gente a vê-los no cinema ao considerarem quase tudo como porcaria. Os nossos filmes mainstream têm problemas sim... mas por serem os que estão a desbravar caminho. Por exemplo: "Call Girl", "Second Life", "Tudo a Roubar" e mais alguns, mas estes citados são no que pretendem demonstrar, bons filmes. Respectivamente o "Call..." é um thriller muito jeitoso, o "Second..." uma história bizarra contada a dois niveis com um "e se" e o "Roubar" é muito tarantinesco e sérieBpuro. São todos bem melhores do que como os pintaram... talvez o preconceito tuga não ajude a dar seuqer a oportunidade de os ver. Curiosamente a própria TV não passa com honras de bons horários (nobre ou a seguir). Se não fosse o TVCine, muitos deles nunca chegaria a poder por os olhos neles. Recentemente deliciei-me com o "Singularidades de uma rapariga loira", que é um filme austero visualmente, contado e falado em tom à moda antiga como está no livro de Eça de Queirós mas onde o Manuel de Oliveira teve a audácia de posicionar tudo de maneira contemporânea, situando a acção no nosso tempo provocando um choque que depois se torna o seu maior brilho. Não é um filme obra-prima mas há muito que não via um filme nacional onde fiquei fodido por ter terminado pois o filme pedia mais (ou até mesmo uma sequela). parece que ficou a meio (mas não pois é somente um conto de Eça).
Portanto, o cinema nacional de autor, o cómico, o mainstream, os dramas-amorosos, etc...os nichos culturais e os de obsessão de autor (nunca mais me esquece o impacto que teve quando vi na RTP2 o "Fantasma", um sado-maso-gay brutal mas... fiz um esforço e vi todo - mas percebi que o Estado anda a pagar e financiar realizadores que querem apenas recriar as suas obsessões pessoais com o dinheiro de todos nós e fazendo filmes que não são para todos as faixas verem. É isto que o cinema nacional tem de repensar, se quer público tem de fazer cinema para todos e de todos os estilos.
(Acho que me perdi... sobre o que era mesmo o artigo?)
ArmPauloFerreira, primeiro, concordo contigo.
O cinema português já foi pintado de certa forma que raramente sai dos seus paradigmas e raramente é uma lufada de ar fresco. Portugal tem de investir nos filmes "lufadas de ar fresco" porque, sinceramente, é isso e divulgação que faltam a maior parte dos filmes portugueses.
Abraço
«nunca mais me esquece o impacto que teve quando vi na RTP2 o "Fantasma", um sado-maso-gay brutal mas... fiz um esforço e vi todo - mas percebi que o Estado anda a pagar e financiar realizadores que querem apenas recriar as suas obsessões pessoais com o dinheiro de todos nós e fazendo filmes que não são para todos as faixas verem. É isto que o cinema nacional tem de repensar, se quer público tem de fazer cinema para todos e de todos os estilos.»
É este o nosso cancro. Peço desculpa a intromissão indiscreta, a citação, mas foi inevitável. O cinema é uma linguagem plural, como qualquer outra forma de arte. Se querem fazer filmes à Hollywood (como este o é), que façam, que haverá gente a ver! Se querem fazer filmes que explorem as obsessões niilistas e íntimas do autor como é o caso d'O Fantasma, que façam, que haverá gente a ver! O que não consigo admitir é a imposição de um estilo. Por mais que possa apreciar uma ou outra forma de fazer cinema, penso que deve haver equilíbrio e oportunidade para que este consiga fluir. Percebem? É fazendo MAIS filmes (sejam bons, sejam maus, sejam independentes, sejam comerciais, sejam pseudo, sejam o que for!) que vamos a algum lado. Porque MAIS filmes implica MAIS público, começando, assim um novo círculo que deve começar a existir em Portugal.
Portanto, por menos apreço que possa ver este Um Funeral à Chuva, orgulho-me de ver a projecção que conseguiu ir tendo e alegra-me saber que estamos no bom caminho de haver mais produção fílmica.
Sejam comedidos, equilibrados, assim ocorre a (r)evolução cinematográfica em Portugal!
(e abram os horizontes...)
Flávio, o cinema português precisa de alargar os horizontes de forma à audiência acompanhar essa mesmo evolução de forma a que mais filmes significa mais tentativas e, consequentemente, mais público.
Abraço
@ Nekas: Já viste esta, nem sequer escreveste um texto sobre o assunto e as opiniões surgem na mesma. E olha que sem reparar deixei um mega comentário que ainda irá fazer fileira num artigo lá no meu espaço (assim não vale - o meu blog não ter este texto, que até saiu bem jeitoso mesmo com as pressas).
Sobre esse filme também tenho igual curiosidade em o ver. Ver como fizeram um filme indie e tuga. Um dia quando chegar a oportunidade...
Espero a tua review ao filme deste Funeral á Chuva.
@ Flávio: tanto se falou de o Fantasma, que ao dar na RTP2 aqui há uns anos atrás o vi. É um bom filme, quase porn e gay, até demasiado perturbante na sua obsessão... e não é a minha onda.
Prefiro muito mais, por exemplo, os filmes da Teresa Vila Verde, os magníficos Transe ou os Mutantes, que são na mesma dilacerantes narrativamente mas obras cinéfilas numa onda que mais aprecio. Espero ainda que das minhas palavras não ter dito nada ofensivo à comunidade gay.
E sim, também defendo claramente que deve de haver obras para todos e não se deve exagerar num único estilo de cinema unicamente para algumas elites como se tem visto da maioria dos filmes que são feitos por cá.
João, concordo em grande parte com o que eles dizem.
Paulo, tens todo o direito de usar o texto no teu blog. Quanto ao filme e à review, não sei quando terei oportunidade de o ver mas, com certeza, irei ver em breve.
Abraços
Vou de encontro ao que aqui alguns já disseram, nomeadamente o Flávio, e de encontro ao que disse na minha crítica sobre o filme.
Não é brilhante. Tem personagens muito superficiais. Tem um final forçadíssimo.
No entanto, acho que tem o suficiente para se considerar uma obra interessante. Se isto fosse feito em Hollywood, dificilmente levaria isto a sério. Mas vejo várias diferenças entre a sua hipotética produção por lá e a sua efectiva produção por cá.
O argumento não é péssimo. Tem uma premissa interessante e, mais importante, consegue captar o interesse de uma fatia importante da população: os estudantes universitários. Fora o resto. Além disso, foi envolvido numa promoção que considero menos trash-pop do que aquela que envolve Call Girls e afins.
O nosso principal problema não é o talento, julgo eu. É a imagem que passamos ao público. Temos uma população naturalmente céptica em relação a tudo o que não seja futebol e, por isso, não lhes podemos impingir qualquer coisa só porque é abençoado na crítica ou porque cumpre requisitos de prestígio lá fora (até posso transportar isto para o desporto). Primeiro, temos de trazer as pessoas ao cinema, cativa-las. Mas não lhes podemos dar total lixo por três razões: 1) começam a não levar a sério; 2) torna-se cada vez mais difícil fazer a transição; 3) no final de contas; é sempre bom conseguir, ao mesmo tempo, alcançar o reconhecimento da crítica internacional (o que este filme não faz, é certo).
Achei que foi um bom passo a caminho do "meio termo". Não é o que o cinema português merece, mas é o que precisa.
Diogo, em tempos como este que o cinema português passa com mainstream forçado e muito explorado através dos paradigmas comuns (sexo, linguagem violenta), o que o cinema português merece são tentativas de novos produtos. Pode não ser o que merece mas é o que se precisa para incentivar novos projectos e novos filmes. Projectos como este, sem ajudas do estado, que prova que ainda há talento em Portugal, só temos de o encontrar.
Abraço
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