quarta-feira, 28 de abril de 2010

- Já vi: Velvet Goldmine (1998)

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Velvet Goldmine

What is true about music is true about life: that beauty reveals everything because it expresses nothing.

A imagem é, para muitos, a sua máscara. Man is least himself when he talks in his own person... Give him a mask and he'll tell you the truth. É assim se vê uma pessoa, um artista, um músico.

Situamo-nos na época do glam rock, deixou de haver medo, começou haver censura mas ao mesmo tempo eloquência. Os trajes eram agora coloridos, arrojados, extravagantes. O mundo assumia-se como bissexual e a revolução dava-se por entre a música. Artistas assumiam-se no glam, sem medo, mas sempre através de uma máscara.

É assim que vemos este filme – uma máscara. Retomando à história, esta segue um jornalista (espantoso Christian Bale) que investiga o falso homicídio de um grande cantor de glam, Brian Slade ( Carismático e sublime Jonathan Rhys Meyers).

Todd Haynes adora música e complexidade, os seus filmes assumem estes traços característicos. A sua marca. Fez-lo em I’m Not there e antes fez neste Velvet Goldmine. Um filme muito mais colorido e pirotécnico que I’m Not there mas ambos brilhantes.

Velvet Goldmine encara o mundo com personagens de alter-egos e estereótipos que são, transpostos para as personagens deste filme. Dá-se, por exemplo, o Curt Wild e a sua semelhança Kurt Cobain, ou, Christian Bale, um jornalista que esconde o seu passado irreverente. Pessoas que assumem pessoas-base na sociedade. Não formam uma só pessoa, mas uma base de pessoas.

Uma dos prós em relação a este filme é a forma como ele nos abraça. Abraça-nos através da câmara, através das interpretações, através da história, através da música. Tudo isto, coordenado e embelezado de uma forma singular e irreverente. O filme é, todo ele um espectáculo colorido e brilhante que emana espiritualidade, reflexão e encantamento. Assim, Velvet Goldmine é, na ausência de melhores palavras, um filme vivo, um hino à liberdade!

 

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21 comentários:

Cristiano Contreiras disse...

Filme muito bem realizado, dinamismo e interpretações mais que convicentes: realístas!

abraço

Bruno Cunha disse...

Criatiano, é mesmo!

Abraço

Roberto Simões disse...

Antes de mais, muitos parabéns pelo banner/cabeçalho. Não sei quem o fez mas está giríssimo!

Quanto aqui ao VELVET, ainda bem que gostaste e ainda bem que te seduzi a vê-lo! 9,4 é notão! É de facto um filme extraordinário em tantos sentidos!

5* Grande Todd Haynes.

Cumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «

Bruno Cunha disse...

Roberto, fui eu que fiz e muito obrigado! :)

Quanto ao filme, Todd Haynes já me conquistou. É um filme fascinante, colorido e um hino à liberdade!

Abraço

Marcelo Pereira disse...

Excepcional. Muito, muito bom!

ArmPauloFerreira disse...

É um bom filme sim, que faz lembrar a carreira de David Bowie, artista cantor/actor camaleónico e a maior fonte inspiradora da personagem central.

Não me rendi assim tanto ao filme quando o vi no TVCine há uns anos quanto aqui o Bruno mas é inegável todo o belo trato e desenvoltura do filme perante a cena do glam rock nos anos 70.

thicarvalho disse...

Poxa Bruno não conhecia este filme. Seu texto me fez ter vontade em assisti-lo. Ainda mais pq curo mto a época do Glam rock. Em breve o assistirei, isto se o encontrar. Grande abraço.

Visitem

www.cinemaniac2008.blogspot.com

Bruno Cunha disse...

Marcelo, mesmo muito bom!

ArmPauloFerreira, os filmes tocam-nos de formas diferentes, este tocou-me mesmo muito e, talvez, revisto ainda tocará mais!

thicarvalho, obrigado! :), vê, vale a pena!

Abraços

Rui Francisco Pereira disse...

Todos dizem de facto muito bem do filme, mas duvido que me vá agradar. Não parece nada ser o meu género.

Abraço

Bruno Cunha disse...

Rui, isso já é contigo, eu adorei!

Abraço

Hugo disse...

O filme retrata bem o mundo do glam rock, sendo quase uma homenagem a estilo e aos anos setenta.

Abraço

Loot disse...

Bem agora já sabes a minha opinião é um dos meus filmes de culto é uma explosão de cores e som magistralmente orquestradas por Todd Haynes.

A personagem do Mcgregor tem mais de Iggy pop e Lou Reed, mas é verdade que lá para o final principalmente com aquele cabelo a imagem do Kurt Cobain vem à mente.

Bruno Cunha disse...

Hugo, é quase como uma homenagem!

Loot, concordo com a primeira frase. Quanto à segunda, eu falei de Cobain porque é o meu preferido mas também retrata outros!

Abraço

Loot disse...

MAs olha que ele retrata mais os outros acredita porque a história sobre os choques eléctricos vem do Lou Reed e quanto à música do Curt Wild, são originais dos The Stooges (banda do Iggy Pop) e quem viu o Iggy ao vivo reconhece logo a pose dele no Curt Wild.

Além do mais estes dois é que tiveram uma relação maior com Bowie, relações essas nas quais o filme é inspirado. Cobain só vem depois nos anos 90 no mundo do Grunge.

Pelo cabelo e até pela postura rebelde ele pode lembrar Cobain, mas se calhar até é uma coincidência. O molde é mesmo Iggy + Reed.

Bruno Cunha disse...

Loot, obrigado pelo esclarecimento pois, admito, que não ouvi nem vi muito de Iggy Pop e Lou Reed, tens músicas que recomendas?

Abraço

ArmPauloFerreira disse...

@ Loot: é isso mesmo o espirito do filme, todo ele inspirado nas grandes figuras do glam-rock: David Bowie, Iggy Pop e Lou Reed (e logo estes 3 "bi" que até se comiam entre eles...).

@ Nekas: por acso a banda sonora deste filme desconheço-a mas se por exemplo, fores apreciar as duas edições da BSO de Trainspotting vais encontrar canções deles os 3...

Bruno Cunha disse...

ArmPauloFerreira, eu conheço a banda sonora deste filme, aliás, Sebastian é uma das músicas do momento, na minha playlist!

Mas vou ouvir a OST de Trainspotting que tu tanto gostas!

Abraço

ArmPauloFerreira disse...

Épá... já me estás a lixar a curiosidade. Vou investigar essa também. Pois "atão não"!

Bruno Cunha disse...

ArmPauloFerreira, eu gosto mais da versão do filme, no entanto, a versão de Steve Honey e Cock Rebel não é má, visto que a do filme não existe por completo! (que pena, :()

Abraço

Loot disse...

Nekas: Eu gosto de começar pelo início por isso em relação ao Iggy Pop diria para ouvires os álbuns dos Stooges, o primeiro (homónimo) ou o 2º (Fun House) que tem a TV Eyed (que entra no filme cantada pelo Mcgregor).

Isto lembra-me que é de salientar que é o Mcgregor que canta no filme e o Rhys-Meyers também, apesar deste útlimo não ser o próprio a cantar em todas só em algumas. Mas estão todos muito bem.

Do Lou Reed também começaria pelos Velvet Underground talvez um best off.


Armpaulo: E não podemos esquecer Oscar Wilde aqui retratado como o impulsionador do movimento glam.
As frases de Wilde polvinham o filme todo, o seu espírito está sempre muito bem presente.
Porra é um filme do caraças, já estou com vontade de ir rever com esta conversa toda :P

Bruno Cunha disse...

Loot, se há coisa que Haynes faz nos seus filmes é misturar complexidade com genialidade!

Obrigado pela dica! :)

Abraço