The Lovely Bones
Após o enorme sucesso d’O Senhor dos Anéis (Crítica aqui,aqui e aqui), Peter Jackson deixou de ser um desconhecido no Cinema. Por todo o mundo o universo de Tolkien era espalhado com a mestria de Jackson e motivou gerações de nerds ou simplesmente fãs e conseguiu que Senhor dos Anéis: O Regresso do Rei se juntasse a Titanic e a Ben-Hur estes que são os três filmes que mais Óscares arrecadaram(11).
Assim, a fasquia perante um projecto de Jackson aumento imenso e ele provou, novamente, em King Kong que Lord of the Rings não foi algo ao acaso e que ele sabe fazer Cinema. Mas com o passar do tempo, Jackson vai-nos apresentando bons filmes mas nunca superiores ao Senhor dos Anéis, aliás, nenhum superior ao primeiro capítulo do Senhor dos Anéis.
Este, The Lovely Bones ou Visto do Céu, conta a história de Susie (Saoirse Ronan) que é assassinada por um vizinho, o Senhor Harvey (Stanley Tucci), e fica presa no seu mundo perfeito. Enquanto isso, Jack (Mark Wahlberg), o pai de Susie, procura sem limites o assassino da sua filha à medida que perde os laços com a sua mulher e mãe de Susie (Rachel Weisz).
The Story of a life and everything that came after. Esta frase é presa ao poster e à protagonista do filme. Peter Jackson assim cria-nos um mundo perfeito, um mundo que não é a Terra mas também não é o Céu, é um espaço. Um espaço perfeito. Colorido que reflecte as acções dos entes-queridos de Susie e que esta usa para estabelecer ligações com a Terra e de modo a ficar livre do assassino.
Como já disse, Peter Jackson após a sua obra-prima, elevou as expectativas face aos seus projectos e assim, com enorme desconsolo, desilude. Não desilude num aspecto em especial mas desilude no constante desequilíbro que a fita apresenta. Se por um lado temos uma linha narrativa espectacular por outras vezes é absurda, se por um lado temos diálogos espantosos por outro temos diálogos insonsos.
As interpretações são outro desequilíbro, Wahlberg não é um bom actor excepto The Departed (crítica aqui) e prova-o neste filme quando se torna o protagonista e desilude mas por outro temos a jovem Ronan que apresenta-se muito bem, embora não seja sempre, tem performance que pedimos. Ainda por outro lado temos Stanley Tucci que é um bom actor, é pena ser secundário mas cria um vilão muito convincente.
Assim, o filme desilude por ter o nome de Peter Jackson envolvido…
O argumento é bem escrito mas apresenta algumas falhas, falhas que são perceptíveis mas que são facilmente colmatadas pelos dois pontos mais interessantes deste filme – banda-sonora e efeitos-especiais. Duas palavras com hífen e dois aspectos técnicos deslumbrantes que ainda conseguiram, em parte, o objectivo de Jackson – O mundo após a morte!
A Frase:”I wasn't lost, or frozen, or gone... I was alive; I was alive in my own perfect world.”
8 comentários:
Concordamos na pontuação e em vários pontos que mencionaste.
Como o facto de, por ser uma obra de Peter Jackson, o sentimento no final da visualização ser de decepção.
Abraço
Alex, é verdade que deixa a desejar mas entende-se a tentiva do realizador em tentar proporcionar-nos algo tão belo como complexo!
Abraço
Li o livro e reparei logo que seria bastante difícil de adaptar. Peter Jackson comete muitos erros aqui e por isso desilude, embora compreenda que era uma adaptação quase impossível de sair perfeita. O lado dramático é bastante melhor que o restante...
Tiago, a complexidade era uma palavra-chave deste filme e é pena que tenham sido cometidos erros porque acredito que se saísse perfeito seria um filme do outro mundo!
Abraço
Resume-se a um filme de momentos. Alguns extraordinários, até!
Concordo com a nota.
Hmm... pois, mais uma crítica a confirmar a opinião generalizada sobre o filme :S É pena...
Cumps.
Roberto Simões
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Roberto, eu como te sentes, eu senti o mesmo...
Abraço
"The Lovely Bones", adianto que achei muito interessante. Tem um elenco bem escolhido, onde curiosamente todas as principais personagens têm algum espaço de construção nesta malha que se torna intrincada com a perda e a forma de lidar com ela.
Como filme, no seu todo é uma proposta que acaba algo fracturada, como se duas formas distintas de direcção artística estivessem em constante colisão durante grande parte desta obra muito peculiar. E a culpa é forma assumidamente computorizada que criativamente Peter Jackson escolheu para nos ilustrar visualmente este "mundo" surrealista, que melindra o filme no seu conjunto.
Tem ainda um bela banda-sonora de Brian Eno (e não só, pois também os Cocteau Twins, This Mortal Coil e outros pontuam esta produção), que potencia grandemente o constante feeling real vs intangível do filme, mas muito especialmente os momentos surrealisticos no campo metafisico.
"The Lovely Bones" um filme que bem poderá não agradar a todos mas que é uma experiência visual e narrativa muito interessante.
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